CAP.
7 – SER MÉDIUM
A
mediunidade é registro paranormal que se encontra ínsito
na criatura humana, à semelhança da inteligência, da razão.
Todo
indivíduo que, conscientemente ou não, capta a presença de seres
espirituais é portador de mediunidade, cabendo-lhe a tarefa de
desdobrar os recursos parafísicos, através de conveniente educação,
graças à qual se tornará instrumento responsável para o
ministério superior a que a mesma se destina.
Inicialmente
confundida com várias patologias, sejam de ordem mental ou orgânica,
a mediunidade fez-se meio para demonstrar o equívoco em que teimavam
permanecer os seus adversários gratuitos ou os investigadores
apressados.
Caracterizando
uma função sempre presente no homem em todas as épocas, só a
partir de Allan Kardec passou a receber estudo profundo e
consideração, vindo, então, a ocupar o lugar que lhe é devido,
como ponte para o intercâmbio entre os espíritos de ambos os lados
da vida com aqueles que se encontram mergulhados na mesma faixa das
percepções psíquicas no corpo físico.
Espontânea,
surge em qualquer idade, posição social, denominação religiosa ou
cepticismo no qual se encontre o indivíduo.
Normalmente
chama a atenção pelos fenômenos insólitos de que se faz
portadora, produzindo efeitos físicos e intelectuais, bem como
manifestações na área visual, auditiva, apresentando-se com gama
variada conforme as diversas expressões intelectuais, materiais e
subjetivas que se exteriorizam no dia-a-dia
de todos os seres humanos.
Direcionando
a observação para as ocorrências inabituais que lhe sucedam, o
médium descobre um imenso veio aurífero que,
penetrado, brinda-o com gemas de inapreciável
qualidade.
Assim
como o mergulhador educa a respiração para descer nas águas
profundas onde espera encontrar ostras raras, portadoras de pérolas
incomuns, o médium tem o dever de disciplinar a mente, a fim de
aprofundar-se no oceano íntimo e dali arrancar as preciosidades que
se encontram engastadas na concha
bivalve
das
aspirações morais e espirituais.
Às
vezes, quando do aparecimento da mediunidade, surgem distúrbios
vários, sejam na área orgânica, através de desequilíbrios e
doenças, ou mediante inquietações emocionais e psiquiátricas, por
debilidade da sua constituição fisiopsicológica.
Não
é a mediunidade que gera o distúrbio no organismo, mas a ação
fluídica dos espíritos que favorece a distonia ou não, de acordo
com a qualidade de que este se reveste.
Por
outro lado, quando a ação espiritual é salutar, uma aura de paz e
de bem-estar envolve o medianeiro, auxiliando-o na preservação das
forças que o nutrem e sustentam durante a existência física.
A
educação ou desdobramento mediúnico objetiva
ampliar o campo de realização paranormal, porquanto, através dos
recursos próprios, tem a especial finalidade de instruir os homens,
realizar a iluminação de consciências, facultar o ministério da
caridade, pelas possibilidades que proporciona aos desencarnados em
aflição de terem lenidos os sofrimentos,
as mágoas, a ignorância...
A
faculdade de ser médium, própria dos seres inteligentes, constitui
um superior instrumento de serviço ao alcance de todos, dependendo
de cada um atender-lhe a presença orgânica ou ignorá-la,
apurando-lhe a sensibilidade ou perturbando-lhe o mister, deixando-a
ao abandono, aí correndo riscos de ser utilizada por entidades
perversas ou levianas que se encarregarão de perturbá- la,
entorpecê-la ou torná-la meio de desequilíbrio para o próprio
médium como para aqueles que o cercam.
Não
é, portanto, o ser médium ou não, mas a conduta que este se
aplique que atrairá mentes que se irradiam no mesmo campo de
vibrações especiais.
Swedenborg,
ao perceber a presença da mediunidade, cientista e culto, não
tergiversou em estudar a faculdade e dedicar-se ao seu exercício,
brindando a humanidade com valioso patrimônio de sabedoria,
esperança e paz.
Edgar
Cayce, constatando a manifestação mediúnica de
que se tomou objeto, aplicou-se ao labor pertinente e auxiliou
dezenas de milhares de pacientes que lhe buscaram o socorro...
Adolf
Hitler, depois de freqüentar o Grupo Thule, de fenômenos
mediúnicos, dirigido por Dietrich
Eckhart, em Berlim, ensandeceu-se, e,
fascinado, acreditou-se a "mão da Providência",
tornando-se destruidor de milhões de vidas e responsável por males
incontáveis, que ainda permanecem na Terra...
A
mediunidade, em si mesma, não é boa nem é má, antes, apresenta-se
em caráter de neutralidade, ensejando ao homem utilizá-la conforme
lhe aprouver, desse uso derivando os
resultados que acompanharão o medianeiro até o momento final da sua
etapa evolutiva no corpo.
Fonte:
Médiuns e mediunidades (Ditado por Viana de Carvalho.
Psicografado por Divaldo Franco. Editora Leal. 2011)
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