CAP.
2 – CORPO ESPIRITUAL
RETRATO
DO CORPO MENTAL — Para definirmos de
alguma sorte, o corpo espiritual, é preciso considerar, antes de
tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque, na realidade,
é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo
espiritual, retrata em si o corpo mental (3)
que lhe preside a formação.
Do
ponto de vista da constituição e função em que se caracteriza na
esfera imediata ao trabalho do homem, após a morte, é o corpo
espiritual o veículo físico por excelência, com sua estrutura
eletromagnética, algo modificado no que tange aos fenômenos
genésicos e nutritivos, de acordo, porém, com as aquisições da
mente que o maneja.
Todas
as alterações que apresenta, depois do estágio berço-túmulo,
verificam-se na base da conduta espiritual da criatura que se despede
do arcabouço terrestre para continuar a jornada evolutiva nos
domínios da experiência.
Claro
está, portanto, que é ele santuário vivo em que a consciência
imortal prossegue em manifestação incessante,
além do sepulcro, formação sutil, urdida em recursos dinâmicos,
extremamente porosa e plástica, em cuja tessitura as células,
noutra faixa vibratória, à face do sistema de permuta visceralmente
renovado, se distribuem mais ou menos à feição das partículas
colóides, com a respectiva carga elétrica, comportando-se no espaço
segundo a sua condição específica, e apresentando estados
morfológicos conforme o campo mental a que se ajusta.
CENTROS
VITAIS — Estudado no plano em que nos encontramos, na posição
de criaturas desencarnadas, o corpo espiritual ou psicossoma é,
assim, o veículo físico, relativamente definido pela ciência
humana, com os centros vitais que essa mesma ciência, por enquanto,
não pode perquirir e reconhecer.
Nele
possuímos todo o equipamento de recursos automáticos que governam
os bilhões de entidades microscópicas a serviço da Inteligência,
nos círculos de ação em que nos demoramos, recursos esses
adquiridos vagarosamente pelo ser, em milênios e milênios de
esforço e recapitulação, nos múltiplos setores da evolução
anímica.
É
assim que, regendo a atividade funcional dos órgãos relacionados
pela fisiologia terrena, nele identificamos o centro coronário,
instalado na região central do cérebro, sede da mente, centro que
assimila os estímulos do Plano Superior e orienta a forma, o
movimento, a estabilidade, o metabolismo orgânico e a vida
consciencial da alma encarnada ou desencarnada, nas cintas de
aprendizado que lhe corresponde no abrigo planetário. O centro
coronário supervisiona, ainda, os outros centros vitais que lhe
obedecem ao impulso, procedente do Espírito, assim como as peças
secundinas de uma usina respondem ao comando da peça-motor de que se
serve o tirocínio do homem para concatená-las e dirigi-las.
Desses
centros secundários, entrelaçados no psicossoma e,
conseqüentemente, no corpo físico, por redes plexiformes,
destacamos o centro cerebral contíguo ao coronário, com influência
decisiva sobre os demais, governando o córtice encefálico na
sustentação dos sentidos, marcando a atividade das glândulas
endocrínicas e administrando o sistema nervoso, em toda a sua
organização, coordenação, atividade e mecanismo, desde os
neurônios sensitivos até as células efetoras; o centro laríngeo,
controlando notadamente a respiração e a fonação; o centro
cardíaco, dirigindo a emotividade e a circulação das forças de
base; o centro esplênico, determinando todas as atividades em que se
exprime o sistema hemático, dentro das variações de meio e volume
sangüíneo; o centro gástrico, responsabilizando-se pela digestão
e absorção dos alimentos densos ou menos densos que, de qualquer
modo, representam concentrados fluídicos penetrando-nos a
organização, e o centro genésico, guiando a modelagem de novas
formas entre os homens ou o estabelecimento de estímulos criadores,
com vistas ao trabalho, à associação e à realização entre as
almas.
CENTRO
CORONÁRIO — Temos particularmente no centro coronário o ponto
de interação entre as forças determinantes do espírito e as
forças fisiopsicossomáticas organizadas.
Dele
parte, desse modo, a corrente de energia vitalizante formada de
estímulos espirituais com ação difusível sobre a matéria mental
que o envolve, transmitindo aos demais centros da alma os reflexos
vivos de nossos sentimentos, idéias e ações, tanto quanto esses
mesmos centros, interdependentes entre si, imprimem semelhantes
reflexos nos órgãos e demais implementos de nossa constituição
particular, plasmando em nós próprios os efeitos agradáveis ou
desagradáveis de nossa influência e conduta.
A
mente elabora as criações que lhe fluem da vontade, apropriando-se
dos elementos que a circundam, e o centro coronário incumbe-se
automaticamente de fixar a natureza da responsabilidade que lhes diga
respeito, marcando no próprio ser as conseqüências felizes ou
infelizes de sua movimentação consciencial no campo do destino.
ESTRUTURA
MENTAL DAS CÉLULAS — É importante considerar, todavia, que
nós, os desencarnados, na esfera que nos é própria, estudamos,
presentemente, a estrutura mental das células, de modo a
iniciarmo-nos em aprendizado superior, com mais amplitude de
conhecimento, acerca dos fluídos que nos integram o clima de
manifestação, todos eles de origem mental e todos entretecidos na
essência da matéria primária, ou Hausto Corpuscular de Deus, de
que se compõe a base do Universo Infinito.
CENTROS
VITAIS E CÉLULAS — São os centros
vitais fulcros energéticos que, sob a direção automática da alma,
imprimem às células a especialização extrema, pela qual o homem
possui no corpo denso, e detemos todos no corpo espiritual em
recursos equivalentes, as células que produzem fosfato e carbonato
de cálcio para a construção dos ossos, as que se distendem para a
recobertura do intestino, as que desempenham complexas funções
químicas no fígado, as que se transformam em filtros do sangue na
intimidade dos rins e outras tantas que se ocupam do fabrico de
substâncias indispensáveis à conservação e defesa da vida nas
glândulas, nos tecidos e nos órgãos que nos constituem o cosmo
vivo de manifestação.
Essas
células que obedecem às ordens do espírito, diferenciando-se e
adaptando-se às condições por ele criadas, procedem do elemento
primitivo, comum, de que todos provimos em laboriosa marcha no
decurso dos milênios, desde o seio tépido do oceano, quando as
formações protoplásmicas nos lastrearam as manifestações
primeiras.
Tanto
quanto a célula individual, a personalizar-se na ameba, ser
unicelular que reclama ambiente próprio e nutrição adequada para
crescer e reproduzir-se, garantindo a sobrevivência da espécie no
oceano em que respira, os bilhões de células que nos servem ao
veículo de expressão, agora domesticadas, na sua quase totalidade
em funções exclusivas, necessitam de substâncias especiais, água,
oxigênio e canais de exoneração excretória para se multiplicarem
no trabalho específico que nosso espírito lhes traça, encontrando,
porém, esse clima, que lhes é indispensável, na estrutura aquosa
de nossa constituição fisiopsicossomática, a expressar-se nos
líquidos extracelulares, formados pelo líquido intersticial e pelo
plasma sanguíneo.
EXTERIORIZAÇÃO
DOS CENTROS VITAIS — Observando o corpo espiritual ou
psicossoma, desse modo em nossa rápida síntese, como veículo
eletromagnético, qual o próprio corpo físico vulgar,
reconheceremos fácilmente que, como acontece na exteriorização da
sensibilidade dos encarnados, operada pelos magnetizadores comuns, os
centros vitais a que nos referimos são também exteriorizáveis,
quando a criatura se encontre no campo da encarnação, fenômeno
esse a que atendem habitualmente os médicos e enfermeiros
desencarnados, durante o sono vulgar, no auxílio a doentes físicos
de todas as latitudes da Terra, plasmando renovações e
transformações no comportamento celular, mediante intervenções no
corpo espiritual, segundo a lei do merecimento, recursos esses que se
popularizarão na medicina terrestre do grande futuro.
CORPO
ESPIRITUAL DEPOIS DA MORTE — Em suma, o psicossoma é ainda
corpo de duração variável, segundo o equilíbrio emotivo e o
avanço cultural daqueles que o governam, além do carro fisiológico,
apresentando algumas transformações fundamentais, depois da morte
carnal, principalmente no centro gástrico, pela diferenciação dos
alimentos de que se provê, e no centro genésico, quando há
sublimação do amor, na comunhão das almas que se reúnem no
matrimônio divino das próprias forças, gerando novas fórmulas de
aperfeiçoamento e progresso para o reino do espírito.
Esse
corpo que evolve e se aprimora nas experiências de ação e reação,
no plano terrestre e nas regiões espirituais que lhe são
fronteiriças, é suscetível de sofrer alterações múltiplas, com
alicerces na adinamia proveniente da nossa queda mental no remorso,
ou na hiperdinamia imposta pelos delírios da imaginação, a se
responsabilizarem por disfunções inúmeras da alma, nascidas do
estado de hipo e hipertensão no movimento circulatório das forças
que lhe mantém o organismo sutil, e pode também desgastar-se, na
esfera imediata à esfera física, para nela se refazer, através do
renascimento, segundo o molde mental preexistente, ou ainda
restringir-se a fim de se reconstituir de novo, no vaso uterino, para
a recapitulação dos ensinamentos e experiências de que se mostre
necessitado, de acordo com as falhas da consciência perante a Lei.
Outros
aspectos do psicossoma examinaremos quando as circunstâncias nos
induzam a apreciar-lhe o comportamento nas regiões espirituais
vizinhas da Terra, dentro das sociedades afins, em que as almas se
reúnem conforme os ideais e as tarefas nobres que abraçam, ou
segundo as culpas dilacerantes ou tendências inferiores em que se
sintonizam, geralmente preparando novos eventos, alusivos às
necessidades e problemas que lhes são peculiares nos domínios da
reencarnação imprescindível.
(3)
O corpo mental, assinalado experimentalmente por diversos estudiosos,
é o envoltório sutil da mente, e que, por agora, não podemos
definir com mais amplitude de conceituação, além daquela em que
tem sido apresentado pelos pesquisadores encarnados, e isto por falta
de terminologia adequada no dicionário terrestre. — (Nota do Autor
espiritual).
Pedro
Leopoldo, 19/1/58.
Fonte: Evolução
em Dois Mundos (Ditado por André Luiz. Psicografia de Chico
Xavier. Editora FEB)
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