quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Os Três Crivos (Irmão X – Aulas da Vida)



OS TRÊS CRIVOS

Irmão X

Certa feita, um homem esbaforido achegou-se a Sócrates e sussurrou-lhe aos ouvidos:

Escuta, na condição de teu amigo, tenho alguma coisa muito grave para dizer-te, em particular…

Espera!… ajuntou o sábio prudente. Já passaste o que me vais dizer pelos três crivos?

Três crivos?! – perguntou o visitante, espantado.

Sim, meu caro amigo, três crivos. Observemos se tua confidência passou por eles. O primeiro é o crivo da verdade. Guardas absoluta certeza, quanto àquilo que pretendes comunicar?

Bem, ponderou o interlocutor, assegurar mesmo, não posso… Mas ouvi dizer e… então…

Exato. Decerto peneiraste o assunto pelo segundo crivo, o da bondade. Ainda que não seja real o que julgas saber, será pelo menos bom o que me queres contar?

Hesitando, o homem replicou:

Isso não!… Muito pelo contrário…

Ah! – tornou o sábio – então recorramos ao terceiro crivo: o da utilidade, e notemos o proveito do que tanto te aflige.

Útil?!… – aduziu o visitante ainda agitado.

Útil não é…

Bem – rematou o filósofo num sorriso —, se o que tens a confiar não é verdadeiro, nem bom e nem útil, esqueçamos o problema e não te preocupes com ele, já que nada valem casos sem edificações para nós…

Aí está, meu amigo, a lição de Sócrates, em questões de maledicência…


Fonte: Aulas da Vida (Ditado por espíritos diversos. Psicografado por Chico Xavier. Editora GEEM. 1981)

Nenhum comentário:

Postar um comentário